Autor: Iago Rezende de Almeida
Resumo curto: Este estudo analisa a película documental Em Nome da Razão: um filme sobre os porões da loucura, dirigida por Helvécio Ratton e produzida pelo Grupo Novo de Cinema e TV, com apoio da Associação Mineira de Saúde Mental. O documentário retrata a realidade dos pacientes internados no Hospital Colônia em Barbacena, no estado de Minas Gerais. Os modelos segregacionistas observados na instituição, criada no início do século XX, remontam a exclusão que, a partir do período do Classicismo, assolava as instalações psiquiátricas. No final da década de 1970, seus pavilhões ganharam conhecimento público por meio das denúncias promovidas pela mídia impressa e por suas intervenções audiovisuais, sustentadas pelo movimento da luta antimanicomial. Os conhecimentos que compõem a percepção e o sentir, a partir da contemplação das obras de arte, se incluem no objetivo central deste trabalho: compreender de que maneira as relações entre a tragédia e a estética, principalmente no que tange a abordagem histórica da imagem realista em seu contexto de produção de afetos, é composta e formulada. Ao conjunto das estruturas de domínio, compreendem-se as formas de resistência, observadas no campo artístico, a fim de utilizar a arte realista no processo de representação da imagem visível em seu contexto racional e social. A transformação da realidade em linguagem, bem como os processos empáticos que sucederam a exibição do filme compõem os estudos que analisam de qual modo as percepções do real são inseridas na obra e como são abordados os compêndios da tristeza. Desta maneira, observa-se que o cinema, enquanto ferramenta política, se instrumentaliza como potente agente de transformações sociais ao agir em prol da construção de uma memória coletiva capaz de repercutir em possíveis realidades plurais.
Disponível em: https://bit.ly/3VUbJ4A
Comentar