Produção colaborativa de fãs no Twitter: análise da série brasileira As Five

Título: Produção colaborativa de fãs no Twitter: análise da série brasileira As Five

Autores: Daiana Sigiliano, Gabriela Borges.

Resumo curto: Esta comunicação tem como objetivo analisar as dimensões da literacia midiática, propostas por Mihailidis (2014), presentes nos conteúdos compartilhados no Twitter pelos fãs da série brasileira As Five (Globoplay, 2020- atual). No spin-off da telenovela infantojuvenil Malhação: Viva a Diferença (Rede Globo, 2017-2018), vencedora do Emmy Kids Internacional, Keyla (Gabriela Medvedovski), Ellen (Heslaine Vieira), Lica (Manoela Aliperti), Tina (Ana Hikari) e Benê (Daphne Bozaski) se reencontram após seis anos sem se verem. As personagens estão no começo da vida adulta e enfrentam conflitos comuns à Geração Z. Entre os temas abordados na série estão o feminismo, o preconceito, a xenofobia, o capacitismo e a maternidade solo. Mihailidis (2014) pontua que no ambiente da cultura da convergência a literacia midiática é pautada, de modo geral, por cinco habilidades. São elas: a curadoria (a capacidade de organizar e sistematizar conteúdos multimídia), a criação (capacidade de produzir, remixar e compartilhar conteúdos em plataformas online), a compreensão crítica (capacidade de analisar e compreender criticamente os conteúdos em rede), a participação (capacidade de comentar, editar e propagar publicações em diferentes plataformas) e a colaboração (capacidade de produzir, de modo colaborativo, conteúdos relevantes). Para a discussão das habilidades propostas pelo autor realizamos o monitoramento e a codificação dos tweets publicados pelos fãs durante a primeira temporada de As Five. Os dez episódios do spin off foram disponibilizados pelo serviço de streaming Globoplay entre 12 de novembro de 2020 e 14 de janeiro de 2021. Ao todo foram extraídos 39.500 tweets referentes a 227 contextos conversacionais de 67 perfis de fãs da trama no Twitter. As postagens abrangem análises do universo ficcional, compartilhamento de GIFs das cenas, fanfics que aprofundavam os desdobramentos da história, podcasts sobre metatexto, etc. Conclui-se que além de reforçarem as habilidades propostas por Mihailidis (2014), a produção dos fãs tem como base um extenso repertório midiático sobre a ficção seriada, em que os interagentes reconhecem aspectos como estereótipos, variações de formatos e linguagens narrativos e construção de personagens.

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