Por Carolina Nunes, Inês Alvito Joana Sousa
Introdução
No âmbito da unidade curricular de semiótica, iremos desenvolver um estudo focado na análise da cadeia de fast food McDonald’s e no seu logotipo, analisando o seu significado e evolução, tendo por base um ponto de vista semiótico. Escolhemos este tema porque consideramos que o McDonald’s, está em constante inovação adaptando-se às novas realidades. Este utiliza os signos a fim de persuadir o seu público, transmitindo aos receptores os seus ideais de forma eficiente, construindo uma imagem de marca na mente do consumidor.
Este trabalho é composto pelo estado da arte, em que é feita uma breve análise da concorrência; por uma apresentação do objeto, definimos o nosso corpus de análise, abordamos a contextualização histórica da marca, o logotipo e o slogan correspondente. Foi exposta uma breve apresentação dos parâmetros de análise de semiótica, na qual abordamos os princípios teóricos que serviram assim de apoio para a realização deste trabalho. Após a realização destas etapas, executamos a análise de quatro dos onze logotipos do McDonald’s, nomeadamente os logotipos correspondentes aos anos de 1940, 1975, 2003 e 2022.
De forma a realizar uma análise clara e objetiva definimos alguns objetivos, como analisar de que forma as cores presentes no logotipo estão enraizadas na relação da marca com o público e qual o significado de cada uma, os elementos do design que fazem parte da história do McDonald´s e a razão pela qual este logotipo é conhecido por todo o mundo.
Por fim, elaboramos as considerações finais, em que respondemos à nossa pergunta de investigação e fizemos uma abordagem geral sobre o tema e as conclusões a que chegamos.
A semiótica está presente em diversos contextos do nosso quotidiano sendo que, por vezes, até de forma inconsciente realizamos processos de semiose e, consequentemente, é essencial que tenhamos a capacidade de evocar e decifrar significados sobre as coisas presentes no nosso dia-a-dia. Consideramos assim, que seja necessário responder e identificar quais os valores representados na base da evolução dos logotipos da McDonald´s para atingir o consumidor, através de uma análise semiótica.
Análise da cadeia de restaurantes de fast food McDonald`s:
O McDonald’s pretende convencer o seu consumidor de que é a melhor cadeia de restaurantes de fast food do mundo, utilizando diversas estratégias eficazes que proporcionam ao seu consumidor um grande desejo de experimentar e continuar a consumir os seus víveres. Face a estas estratégias, é despertado um sentimento de curiosidade e desejo em conhecer todos os seus menus, novidades e sobremesas, por exemplo. Desta forma, a marca consegue assim criar lembranças na mente do consumidor, memórias que fazem com que os amantes de fast food continuem a desejar saborear os seus menus. Temos como exemplo disso, a Mcbifana que há vários anos que saiu do mercado e que continua a ser, ainda hoje, pedida nas mais variadas cidades do mundo.
Todo o funcionamento interno e características desta cadeia fazem com que esta tenha um destaque considerável, tanto no mercado, como nos média, como em cada pessoa que visita os seus restaurantes. Uma das maiores inovações que o McDonald ‘s implementou foi o serviço Drive-Thru ou McDrive, que permite que os clientes possam ir buscar o seu menu favorito sem sair do carro e sem perder muito tempo para poderem saborear em casa. Outros dois grandes destaques desta marca relacionam-se com a existência de restaurantes temáticos espalhados pelo mundo, como é o caso do “Rock and Roll McDonald’s” situado na cidade de Porto Alegre, no Brasil ou a existência das “McDonald’s PlayPlace”, zonas pensadas em crianças para que estas se possam divertir e brincar. Uma das adaptações que esta marca também realizou foi a de criar hambúrgueres sem usar carne de vaca, para que pudessem ser abertos estabelecimentos na Índia, substituindo-a por carne de carneiro ou vegetais. Além disto, o McDonald’s ainda apoia a Fundação Infantil Ronald McDonald, cujo lema é “Casa longe de Casa”. Esta associação acolhe crianças em tratamento hospitalar, fornecendo-lhes um espaço acolhedor onde podem descansar, comer, fazer a higiene e brincar, estando sempre perto dos seus familiares. Assim, cada restaurante conta com um espaço destinado a doações que reverter-se-ão para ajudar e incentivar esta magnífica iniciativa.
O McDonald’s pretende convencer o seu consumidor de que é a melhor cadeia de restaurantes de fast food do mundo, utilizando diversas estratégias eficazes que proporcionam ao seu consumidor um grande desejo de experimentar e continuar a consumir os seus víveres. Face a estas estratégias, é despertado um sentimento de curiosidade e desejo em conhecer todos os seus menus, novidades e sobremesas, por exemplo. Desta forma, a marca consegue assim criar lembranças na mente do consumidor, memórias que fazem com que os amantes de fast food continuem a desejar saborear os seus menus. Temos como exemplo disso, a Mcbifana que há vários anos que saiu do mercado e que continua a ser, ainda hoje, pedida nas mais variadas cidades do mundo.
Todo o funcionamento interno e características desta cadeia fazem com que esta tenha um destaque considerável, tanto no mercado, como nos média, como em cada pessoa que visita os seus restaurantes. Uma das maiores inovações que o McDonald ‘s implementou foi o serviço Drive-Thru ou McDrive, que permite que os clientes possam ir buscar o seu menu favorito sem sair do carro e sem perder muito tempo para poderem saborear em casa. Outros dois grandes destaques desta marca relacionam-se com a existência de restaurantes temáticos espalhados pelo mundo, como é o caso do “Rock and Roll McDonald’s” situado na cidade de Porto Alegre, no Brasil ou a existência das “McDonald’s PlayPlace”, zonas pensadas em crianças para que estas se possam divertir e brincar. Uma das adaptações que esta marca também realizou foi a de criar hambúrgueres sem usar carne de vaca, para que pudessem ser abertos estabelecimentos na Índia, substituindo-a por carne de carneiro ou vegetais. Além disto, o McDonald’s ainda apoia a Fundação Infantil Ronald McDonald, cujo lema é “Casa longe de Casa”. Esta associação acolhe crianças em tratamento hospitalar, fornecendo-lhes um espaço acolhedor onde podem descansar, comer, fazer a higiene e brincar, estando sempre perto dos seus familiares. Assim, cada restaurante conta com um espaço destinado a doações que reverter-se-ão para ajudar e incentivar esta magnífica iniciativa.
Estado de Arte
O universo fast-food é composto por diversas cadeias de restaurantes, que se distinguem entre si, apresentando diferenças e semelhanças.
McDonald’s VS Burger King:
O concorrente direto do McDonald’s é o Burger King. Estas duas cadeias de fast food, desde sempre que se assumem como rivais, uma vez que são destinadas ao mesmo público, vendem o mesmo tipo de produtos e seguem ideias de marketing muito parecidas. É possível, assim, destacar semelhanças e diferenças nos respectivos logótipos.
A única semelhança que conseguimos identificar é a presença do vermelho, associado a ambas as marcas. Contudo, na atualidade o McDonald´s aderiu a um logótipo que fizesse uso da sua perspectiva mais ecológica, passando de vermelho para verde. É então assim que surgem as diferenças notórias nos logótipos destes rivais. O logótipo do McDonald´s é muito simples, apenas um “M” amarelo, com um fundo verde, já o do Burger King, é um pouco mais complexo, uma vez que nos é apresentado um formato de um hambúrguer, com o respectivo nome desta cadeia. O segundo logótipo apresenta ainda o vermelho vibrante, o laranja alusivo às cores do hambúrguer e um fundo creme para que a atenção se foque nas outras cores e no design.
McDonald’s VS KFC:
Outra cadeia fast food que também é reconhecida como uma das concorrências do McDonald’s, é o KFC. Este logótipo, mantém assim o vermelho. Como é possível denotar, o vermelho está diretamente ligado às comidas fast food.
Enquanto o logótipo do McDonald´s é apresentado com a simplicidade de colocar apenas a inicial da marca num fundo que se foi modificando (como foi referido anteriormente, para demonstrar o seu lado ecológico, passando de vermelho para verde), o do KFC, representa o fundador do restaurante e quem inventou a famosa receita de frango frito, Harland David Sanders. O design corresponde ainda às embalagens, baldes, onde são vendidos o frango frito e outros condimentos deste restaurante.
Temos nestes dois logótipos, duas estratégias de marketing muito bem planificadas. O McDonald´s, ao assumir através do seu logótipo um posicionamento mais “eco-friendly”, demonstra ao consumidor a sua preocupação com o nosso planeta. Consegue assim conquistar o público, revelando ser uma cadeia de fast food mundial preocupada com questões ambientais, sendo que existem muitos restaurantes fast food que não apelam a essas mesmas questões. Já o KFC, ao revelar um design que representa um balde onde são servidos os condimentos ao consumidor, exprime o produto que mais o destaca no mercado, a diferença no modo como serve o público, suscitando assim a curiosidade e o desejo de provar os seus baldes.
Apresentação dos parâmetros da análise semiótica
A semiótica é a ciência que investiga e estuda os signos. Esta ciência, está interligada ao marketing, em específico ao logotipo de uma determinada marca. Este trabalho terá como instrumentos de análise propostas elaboradas por Lucia Santaella e por Charles Peirce.
Lucia Santaella
Lucia Santaella, uma das principais divulgadoras da semiótica de Peirce, defende que os princípios da semiótica têm por objetivo investigar os códigos, os signos, os sinais e a linguagem, para que assim possamos perceber os sons, as palavras, as imagens. No processo comunicativo, não existe mensagem sem a presença de signos, consequentemente sem mensagem não há comunicação. A semiótica é responsável por ajudar a compreender aquilo que é comunicado nos diversos tipos de mensagens e os respectivos efeitos que esta pode despertar no receptor.
Santaella declarou que todo e qualquer processo comunicativo engloba, no mínimo, três particularidades: a significação, a referência e por último a interpretação da mensagem. Para esta personalidade muito emblemática no mundo da semiótica, a significação é quando é efetuada uma análise semiótica ao interior da mensagem a partir do atributo à sensorialidade e qualidade, como por exemplo, as cores, os movimentos, a linguagem visual, entre outros. A referência está diretamente relacionada com a mensagem na sua unicidade, no contexto em que é determinada, assinalando ao que se aplicam e referem. Nesta face é possível destacar três aspectos, a capacidade sinalizadora sensorial e metafórica das mensagens, a capacidade destas indicarem algo que está à parte das mesmas e o terceiro aspecto, a capacidade destas mensagens constituírem ideias culturalmente partilhadas. A última particularidade, a interpretação da mensagem, expõem a mesma na sua totalidade, investigando as repercussões que podem provocar no receptor. As repercussões anteriormente referidas, podem ser classificadas em três tipos, em primeiro lugar os efeitos emocionais (sentimentos mais ou menos precisos), em segundo lugar os efeitos reativos ( o receptor age em torno da mensagem obtida) e em terceiro lugar os efeitos mentais (quando o receptor reflete acerca da mensagem). As três particularidades enunciadas pela autora, constituem a base da análise de peças semióticas, na publicidade, nomeadamente na criação ou reestruturação de um logótipo.
Charles Peirce
Santaella foi uma das pessoas que mais se dedicou ao estudo das obras de Charles Sanders Peirce, um dos fundadores da semiótica e do pragmatismo, além de ter sido considerado um dos melhores matemáticos, lógicos e filósofos de sempre.
No âmbito da semiótica, Peirce criou algumas teorias, nomeadamente a Teoria do Sentido e a Teoria da Perceção, que permitem entender como se dá a compreensão de algo e como se constroem ideias. Contrariamente a Saussure que defendia que a semiótica devia ser estudada e aplicada de forma pura, Peirce abraçou outras ciências como a filosofia para a complementar. Assim, o primeiro termo que se encontra na origem de toda a sua ideologia é o termo psique, que remete para o início da vida dos seres viventes, associando-o ao termo psíquica, a ciência que estuda as leis, manifestações e produtos da mente. A mente, por sua vez, é nada mais nada menos do que a semiose, ou seja, o processo de formação de significação. Nos comportamentos humanos, há um processo de passagem de um estado de insatisfação para um estado de satisfação, apenas capaz de acontecer através da verdade. A busca por essa mesma verdade dá-se através da lógica, que é um sinónimo de semiótica para Peirce.
Na semiótica peirceana, existem 3 conceitos sempre ligados: signo, objeto e intérprete. Cada um destes conceitos tem as suas próprias subdivisões mas, sintaticamente, o signo é aquilo que representa algo para alguém, o interpretante é aquilo que se cria na mente do recetor e o objeto corresponde ao significado dessa criação mental.
Na semiótica peirciana existem ainda 3 categorias fenomenológicas: primeiridade, secundidade e terceiridade.
Primeiradade: refere-se a aspetos puramente qualitativos e pré-reflexivos, marcados pela espontaneidade e pela carência de informação. Ex: cor, forma, volume, textura, som.
Secundidade: esta categoria já é mais factual, marcada por uma relação causa-efeito capaz de gerar relação e impacto, após o registo de um determinado sentimento.
Terceiridade: é marcada pela universalidade, generalização e inteligência, criando-se uma lei, ou seja, um padrão, algo que é regular.
Apresentação do objeto
Corpus de Análise Semiótica
Para a realização deste trabalho, o corpus em análise será composto pela evolução daquele que foi o primeiro logotipo do McDonald ‘s (1940), até ao modelo atual.
Enquadramento histórico da marca
Atualmente o McDonald’s corresponde à maior cadeia de restaurantes de fast-food do mundo , servindo 68 milhões de pessoas por dia, em 119 países, através de 37 mil pontos de distribuição.
Os irmãos Richard e Maurice McDonald começaram a trabalhar desde muito cedo na área da restauração e, em 1937, abriram uma pequena venda ambulante de cachorros quentes, na Califórnia. Após três anos, mudaram-se para San Bernardino, também na Califórnia, onde fundaram o primeiro restaurante McDonald’s, na famosa Rota 66. Inicialmente, este começou por ser uma churrasqueira mas, face à grande popularização dos hambúrgueres, este acabou por converter a churrasqueira num restaurante de hambúrgueres, batatas fritas e milk shakes. O McDonald’s, tornou-se um verdadeiro sucesso na cidade. Formavam-se filas do lado de fora do restaurante, pois este operava de forma inovadora, vendendo os artigos pela metade do preço e em metade do tempo dos estabelecimentos comerciais concorrentes. Em vez de colaboradores os irmãos McDonald instalaram um balcão de autoatendimento, ou seja, em vez de cozinharem cada refeição na hora, preparavam os alimentos com antecedência e mantinham a comida quente sob lâmpadas de alta potência.
Este formato acabou por chamar a atenção, nomeadamente a Ray Kroc (empreendedor e vendedor de electrodomésticos). Impressionado com este modelo de negócio, propôs a Richard e Maurice a compra dos direitos para começar a franquear os restaurantes McDonald’s por todo o país, embora naquela época os irmãos já vendessem franquias. Ray Kroc trabalhou muito para divulgar a marca, sendo este o responsável, em 1955, pela abertura de vários restaurantes de sucesso em território americano.
A partir daí, foram várias as estratégias de marketing utilizadas de forma a popularizar cada vez mais esta cadeia de fast food. Os menus sofreram várias alterações adaptando-se às novas realidades e o espaço foi remodelado, tornando-se no modelo que conhecemos atualmente.
O logótipo
O logótipo é um recurso bastante importante na formação de uma imagem para marca. Os diversos constituintes de um logotipo estão na base das linhas, cores, direções, dimensões e movimentos. Todos os elementos anteriormente referidos, ou cada um deles em particular, revelam manifestações visuais que, consequentemente, são responsáveis pelos diversos significados.
O logotipo do McDonald’s sofreu diversas alterações até chegar àquele que conhecemos hoje em dia. Com o passar do tempo a marca teve a necessidade de inovar para corresponder ao interesse dos consumidores. Transversalmente à investigação e à diacronia do antigo logotipo e do atual, é possível observar os respectivos elementos que constituem a marca, as relações estabelecidas e o seu respectivo significado.
O slogan: “I’m lovin´it”
O atual slogan do McDonald ‘s, “I’m lovin´it”, existe desde 2003 e até à data tem permanecido inalterável. Num período menos próspero, esta cadeia de fast food realizou uma competição internacional de agências de publicidade, tendo como principal objetivo a criação de um slogan global, que atrairia mais consumidores. A empresa vencedora foi a Heye & Partner, sediada em Munique, na Alemanha. Esta expressão, “Ich liebe es”, significa “Eu amo isso”, destacando o papel da agência, o que consequentemente levou à estreia da campanha na Alemanha.
Análise semiótica da evolução do logotipo
1940
O primeiro logótipo da marca possuiu uma estratégia clássica e, de certo modo, precária de marketing. Seguindo a perspetiva de Peirce, e fazendo referência às suas categorias fenomenológicas, a primeira é marcada pela cor, forma, textura e volume. Neste caso, as únicas cores apresentadas são o preto e o branco, não tendo nenhum impacto visual, que é o primeiro que se adquire quando se observa um logotipo. A caligrafia é básica, apresentando diferentes fontes, o que acaba por dar um ligeiro dinamismo no meio de tanta simplicidade, apesar de não possuir nenhuma textura nem volume, que podiam ser criados através da existência de uma sombra, por exemplo. Ou seja, partindo para a segunda categoria, correspondente ao impacto, este é muito pouco ou quase nenhum, devido às características anteriormente mencionadas, pois este design não tem impacto suficiente para criar uma relação com o consumidor, não tendo poder para aquilo que, na 3ª categoria, Peirce chama universalidade.
1960
Em 1960, surgiu o primeiro design do logotipo que marcou a eternização da marca, desde essa altura até aos dias de hoje. Foi um momento lendário, marcado pelo aparecimento dos arcos dourados que identificam a cadeia alimentar. Inicialmente, estes arcos foram dispostos aleatoriamente, na tentativa de encontrar um outro símbolo que identificasse a marca, no entanto, percebeu-se que, efetivamente, podia ser eficaz pois espelhava a primeira letra do McDonald ‘s. A ideia destes arcos surgiu devido ao tipo de arquitetura dominante da época, aquando da construção do primeiro restaurante franqueado, na cidade de Phoenix, no Arizona, EUA. Contudo, um significado menos evidente mas que faz imenso sentido é de que os arcos dourados simbolizavam que possuir uma franquia desta marca era semelhante a ter uma mina de ouro, uma vez que marcava a porta de entrada de um negócio que tinha o essencial para ser bem sucedido. Foram também introduzidas as cores amarelo e vermelho, evidentemente impactantes, simbolizando o estímulo e a ação, chamando a atenção e pretendendo atrair os consumidores.
Na semiótica, dentro do conceito de signo, que representa qualquer elemento que tenha significado para o ser humano, seja ele verbal ou não verbal, existem diferentes subcategorias e, neste caso, as cores são caracterizadas como quali-signos, pois a sua qualidade enquanto cor faz com que elas tenham um significado e, portanto, sejam consideradas como signos. Mas existem também legi-signos, elementos que provocam o funcionamento do logotipo como lei, isto é, através do “M” grande em amarelo, das letras vermelhas com o nome da marca e da repetição das cores, o logotipo é imediatamente associado à marca pelos receptores, sem terem de realizar um grande raciocínio.
1975
Neste ano, o logotipo da marca voltou a sofrer uma remodelação no seu design, colocando o fundo vermelho, dando maior destaque a essa cor e mudando as letras para branco, encaixando-as num grande “M” amarelo, continuando com a cor alusiva aos arcos dourados. Relativamente aos conceitos da semiótica, na primeira tricotomia temos o signo em relação a si mesmo. No signo, vemos as cores predominantes do anúncio. O logo utiliza as cores amarela e vermelha propositadamente, já que ambas as cores são apelativas e quentes, remetendo para a fome. Por ser uma marca de fast food, nada melhor do que utilizá-las dessa forma, uma vez que são cores bem evidentes aos olhos dos seus consumidores que, por sua vez, identificam a marca à distância, uma vez que, até inconscientemente, as associamos a este logótipo. A cor é introduzida na primeira classe dos signos e, por tanto, é um quali-signo icónico remático, dado que irá despertar um sentimento, que conduzirá a uma reação. O vermelho significa desejo e todas as formas de apetite insaciável, sendo que o seu objeto emocional é então o desejo e a sua motivação sensorial é o apetite.
Analisando de uma forma geral, o logótipo do McDonald’s, surge como um legi-signo simbólico, ou seja, algo que foi criado e estipulado para a identificação desta cadeia de alimentos, sendo que, de forma imediata se reconhece quem transmite a mensagem.
Analisando as formas do logotipo, consegue-se perceber que é constituído por formas circulares, que transmitem uma ideia de amizade, cuidado e apoio, e por arcos, que dão uma sensação de movimento, ritmo e, até mesmo, de felicidade ao design.
É também possível observar uma coerência geométrica em termos da espessura da linha, que transmite a ideia de estabilidade e de consistência, e da simetria que contribui para o equilíbrio e harmonia.
No que toca à representação gráfica, a marca conseguiu sintetizar todo o seu poder e destaque no mercado através de uma só letra, o “M”, sendo esta a primeira letra do nome. Além disso, a simbologia e o tipo de letra simples permitem uma identificação limpa e objetiva ao olhar.
Atual
Atualmente, o logotipo do McDonald’s deixou de ter o fundo vermelho e passou a ter um fundo verde, que tem como significado a associação da marca a práticas ambientalmente sustentáveis. O verde, mais uma vez, é caracterizado como um quali-signo, e transmite a ideia de equilíbrio, harmonia e estabilidade, relacionado com a natureza e as práticas ambientais, valor que a marca pretende mostrar aos seus consumidores. As letras foram suprimidas, uma vez que a marca já ganhou um reconhecimento tão grande à escola mundial que apenas o “M” é suficiente para a identificação desta cadeia de fast food, inserindo-se na 3ª categoria fenomenológica de Peirce, marcada pela universalidade e generalização.
No entanto, por vezes as pessoas têm dificuldade em lembrar-se, num primeiro momento, que o logotipo tem esta cor, pois o vermelho foi a cor que mais caracterizou a marca ao longo de décadas e, portanto, é difícil fazer uma dissociação das cores que mais predominaram na marca e a atual cor, se bem que nem todos os restaurantes mudaram o seu logotipo físico para verde.
Por que o logotipo do McDonald ‘s é eficaz?
A eficácia deste logotipo deve-se, sobretudo, a 3 fatores: a forma, as cores e o tipo de letra. Todos estes elementos permitem que a marca tenha um destaque na vida dos consumidores e no mercado, sendo bastante aderida e apreciada, bem como facilmente identificada. A forma do “M” é conhecida mundialmente, tal como as cores amarelo e vermelho que produzem automaticamente uma associação ao logotipo do McDonald ‘s na mente dos recetores, que procuram esta cadeia de restaurantes pela proximidade e afeto que sentem pela marca.
Considerações finais
A semiótica enquanto ciência, apesar de recente, revela ser importante no nosso quotidiano, principalmente quando se estuda a área da comunicação e os diversos elementos que a compõem. Através deste trabalho foi possível demonstrar que o pensamento é, de facto, um fenómeno bastante interessante e complexo. A velocidade a que este processa, assimila e atribui significados ao que nos rodeia é extraordinário. Este processo é uma realidade que decorre diariamente, ao longo da nossa vida, maioritariamente de forma inconsciente.
Relativamente aos quatro logotipos do Mcdonald’s, que serviram como objeto de estudo para o desenvolvimento desta escrita, é de ressaltar que, de acordo com a visão Pierce e Santaella foi possível, através dos princípios filosóficos, analisar de forma clara e objetiva o significado dos vários elementos geométricos que os compõem, observando as várias formas e espessura; a razão pela qual é utilizada determinada paleta de cores (nomeadamente, cores quentes) e o seu significado; compreender de que forma os vários logotipos foram evoluindo e o que conduziu a essa evolução e qual a mensagem que é então transmitida pelo signo desta marca.
O logotipo de uma marca, deve ser analisado como uma representação, uma figura ou conjunto de figuras, composto por vezes por texto, de onde se retiram várias informações, criando uma imagem de marca na mente do consumidor, que consequentemente levará a que estes ao visualizarem determinado logotipo, associem automaticamente a determinada marca, neste caso em particular ao McDonald’s.
Após a realização desta análise semiótica, com base nas informações obtidas, conseguimos clarificar a resposta à nossa pergunta de investigação inicial, “Quais os valores representados na base da evolução dos logotipos da McDonald´s?”. Conseguimos assim, compreender que a evolução dos logótipos está diretamente associada à necessidade de tornar o mesmo, cada vez mais simples, uma vez que assim atrai o consumidor para o grande foco deste logótipo, a letra “M”. Utiliza ainda uma cor marcante, uma forma regular e um tipo de letra que se mantém constante ao longo do tempo, nos diversos logotipos, para conseguir criar uma imagem de marca que fique permanentemente na memória de todos os consumidores.
Em suma, esperamos que este trabalho tenha servido para que o seu leitor depreenda que a semiótica é uma área com espaço para aprofundar conhecimento, uma vez que é uma disciplina que permite a aprendizagem contínua através da reflexão e compreensão do meio envolvente.
Referências
Evonline, E. (2020, Janeiro 29). Simbologia das Cores: Entenda o significado das cores – Evonline. Marketing Digital Curitiba | Agência Evonline.
Simbologia das Cores: Entenda o significado das cores – Evonline
Ferreira, R. L. K. (2022, September 8). Logotipo do McDonald’s: A história do design. Agatetepe. https://www.agatetepe.com.br/historia-do-design-do-logotipo-do-mcdonalds/
Logotipo do McDonald’s: A história do design – Agatetepe
Forti, P. M.(2009). Análise Semiótica e Identidade Visual: a logomarca da Citroën. Universidade de Caxias do Sul.
http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2009/resumos/r4-3458-1.pdf
Marketeer. (2009, Novembro 29) McDonald’s muda logo na Europa para verde escuro
McDonald’s muda logo na Europa para verde escuro – Marketeer (sapo.pt)
Maybach, V. (2022, Março 15). Logotipo do McDonald’s: a história de um projeto bem sucedido. Sobre Branding E Logo Design-BlogOficialDaTurbologo. https://turbologo.com/pt/blog/mcdonalds-logo/
Logotipo do McDonald’s: a história de um projeto bem sucedido | Turbologo
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