Observatório da Qualidade no Audiovisual

Análise OK Computer

Por Jorge Ricardo, Luana Piegas e Matilde do Paço

OK Computer foi considerado um clássico a partir do momento em que foi lançado, 21 de maio de 1997. Para além de ter sido um grande sucesso da banda britânica, o albúm também constitui uma conjugação de art rock experimental, texturas eletrónicas e temas líricos distópicos que capturam, em pleno, a tensão que se fazia sentir na época. O álbum trata de temas como isolamento, dependência excessiva das tecnologias, sociedade e consumo em massa. 

A Capitol Records, editora discográfica dos Radiohead, achou que o álbum era demasiado estranho e diferente para poder ser um sucesso, acabando por reduzir consideravelmente as suas projeções de vendas: de dois milhões para quinhentos mil dólares. No entanto, “OK Computer” transcendeu as expectativas, vendendo milhões. Atualmente, é considerado por muitos como um dos álbuns de rock mais influentes de todos os tempos. 

Análise Semiótica

Capa do Álbum

A capa do álbum musical “Ok Computer”, composto pela banda de rock alternativo Radiohead, pode ser analisada com base na semiótica Peirceana, de Charles Peirce. Tendo como base a semiótica de Peirce, podem ser considerados vários significados possíveis.

A capa do álbum é um signo capaz de representar o trabalho e as várias músicas que o compõem. Com a sua representação visual, e desenho artístico invulgar, este apela a uma sensibilidade diferente do intérprete, deixando-o reflexivo acerca do seu significado. A sua apresentação visual e estilo de desenho apelam para algo invulgar e diferente, confuso, mas simultaneamente agradável.

A capa pode ser considerada um ícone e um índice de acordo com a semiótica de Peirce. Um ícone, pois, esta se assemelha a imagens ligadas ao universo tecnológico e diário. Parece existir uma autoestrada, no centro da imagem e uma pessoa embaçada e sentada, que gera pensamentos acerca do dia a dia da modernidade e do uso da tecnologia ao estar parado a encará-la. Também pode ser avaliada como um índice, pois indicia qual o conteúdo musical e lírico presente nas músicas do álbum “OK Computer”. A imagem de capa aponta ainda para as reflexões críticas e sociais a que os ouvintes serão expostos, referentes à dependência tecnológica e alienação da humanidade no mundo.

As cores escolhidas para compor a capa, consistindo principalmente em tons suaves de azul, são capazes de transmitir tranquilidade e simbolizar a esperança, o que contradiz por completo com a ideia musical sombria e profunda de dependência. A pessoa do centro da capa também pode ser analisada e interpretada como um ser isolado, preso na tecnologia, simbolizando também este a dependência e o isolamento que dela advêm. Estabelecendo uma relação entre as músicas e a arte visual da imagem de capa, ambas relacionam-se na desumanização, isolamento e na “nova realidade” a que o mundo está presente, na era digital.

Com a análise da capa do álbum “OK Computer”, tendo por base a semiótica de Peirce, é possível notar na quantidade de diferentes significados presentes e nas suas relações com a atualidade. Os códigos visuais fornecidos, seja como ícone ou índice, antecipam parte do conteúdo lírico a que o ouvinte estará exposto, e que abordam temas como alienação da realidade, dependência na tecnologia, o isolamento social e as suas consequências.

Paranoid Android

A segunda faixa do álbum “OK Computer”, “Paranoid Android” é uma composição longa e complexa, criada a partir de três músicas previamente feitas, e foi inspirada numa interação de Thom Yorke, o cantor da banda Radiohead, com fãs obsessivos, que o deixaram extremamente desconfortável. Liricamente, explora temas de alienação, desconexão e angústia existencial.

Plano da Expressão

Começando pelos códigos linguísticos incorporados no plano da expressão, a música utiliza várias metáforas e descrições visuais, feitas a partir de linguagem descritiva, para descrever as situações desconcertantes e transmitir emoções, permitindo várias interpretações da mesma letra. 

A atmosfera complexa da canção é acentuada pela constante alternância de narrativas, através da mudança de pontos de vista. Juntando isto com a repetição de versos e temas, que enfatizam ideias específicas, cria-se uma atmosfera de caos que reforça a principal mensagem que a banda queria passar.

Já no que toca aos códigos sonoros, a constante variação abrupta de intensidade de ritmo e melodia é um ponto marcante, aumentando e diminuindo a tensão do ouvinte, conforme a energia da faixa. Também é perceptível a variedade de timbres, desde sons mais suaves e calmos, a guitarras distorcidas e energéticas, criando uma complexidade sonora.

Não seguindo uma estrutura linear como é normal na maior parte das músicas, esta música funde diferentes elementos musicais provenientes de diferentes gêneros e estilos e experimenta com variadas texturas sonoras e sons de fundo, o que a torna extremamente imprevisível. 

Todos estes signos transmitem a sensação de caos e intensidade, refletindo a cena que incentivou à criação de “Paranoid Android”

Plano do Conteúdo

Plot: A música não segue uma estrutura linear, mas apresenta uma junção de secções distintas que criam uma narrativa multifacetada

Conflito: Esta música explora a alienação e desorientação causados por conflitos internos do protagonista. Este tem uma visão cínica da sociedade e encontra-se desconectado dela. Reflete sobre si mesmo e o mundo ao seu redor

Clímax: Tem dois momentos de clímax, no meio e no fim da faixa. É um momento mais intenso, marcado por uma guitarra distorcida.

Desenlace: Termina com a guitarra distorcida, um pouco mais calma, como se o sujeito tivesse acabado a sua reflexão.

São vários os signos linguísticos apresentados nesta música, e para entendê-los, começaremos por analisar alguns trechos, no entanto, é necessário haver algum contexto quanto ao seu título. “Paranoid Android” é uma referência ao personagem Marvin, o Androide Paranoide (Marvin, the Paranoid Android) da série de ficção científica “À Boleia Pela Galáxia” (“The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy”) de Douglas Adams. Marvin é um robô de bordo de uma espaçonave, que foi criado com tecnologia de “Personalidade Humana Genuína”, proporcionando-lhe sensações e emoções humanas. O robô tem de cumprir apenas funções banais que são demasiado simples para o seu intelecto superior, o que o faz entrar em uma profunda depressão. Também é desta obra que a banda retirou o nome do álbum, a partir da frase “OK computer, I want a full manual control now” (traduzindo livremente: “OK computador, agora quero controle manual total”)

“Please could you stop the noise? / Im tryna get some rest”

O sujeito encontra-se incomodado pelo ruído e caos à sua volta, então pede calmamente “Por favor, podes parar o barulho? / Estou a tentar descansar um pouco”, mostrando estar cansado e precisar se distanciar deste ambiente.

“When I am King / You will be first against the wall”

“Quando eu for rei / Serás o primeiro a ser posto contra a parede”, é uma clara afirmação de que o protagonista da canção procura vingança, fantasiando com o momento em que assume o controle.

“Ambition makes you look pretty ugly / Kicking, squealing, Gucci little piggy”

Já os versos “Ambição faz-te parecer muito feio / A chutar, a gritar, porquinho Gucci” sugerem o poder corrosivo da ambição, capaz de distorcer a percepção de um indivíduo e tornando-o “feio” e uma condenação à superficialidade da vida materialista, enfatizada pela marca Gucci. A ideia deste último verso surgiu de uma saída de Yorke, em que um dos seus amigos derramou um copo de vinho na roupa da Gucci de uma senhora, que fica visivelmente alterada, aparentando estar “possuída”.

“God loves his children”

No final da faixa, a frase “Deus ama os seus filhos” passa ao ouvinte uma sensação de esperança no meio de todo o caos descrito inicialmente. Esta passagem também pode ser interpretada como um contraste irônico quando a interpretamos no contexto da música. O sujeito já não acredita que algo pode mudar, ironizando a falta de compaixão por parte de uma identidade divina.  

A utilização de imagens surrealistas através de metáforas como “Kicking, squealing, Gucci little piggy” para criticar a vida material, criam uma atmosfera enigmática e desconcertante. Já o facto da letra descrever situações desconectadas, seguindo uma narrativa não linear, faz surgir um desafio à atribuição de apenas um significado à canção, convidando o ouvinte a interpretá-la abertamente. No entanto, ao conhecer o contexto da música e a inspiração para a sua criação, é possível decifrar uma mensagem específica.

Exemplo de ícone – no verso “When I am king” serve como ícone na letra, pois evoca visualmente a imagem de poder e autoridade, sugerindo uma posição de poder.

Exemplo de índice – o índice presente nesta canção está na linha “Rain down” ao apontar para a ocorrência de chuva, o que sugere uma conexão causal com um evento específico.

Exemplo de símbolo – um exemplo de símbolo na canção, verifica-se na expressão “ambição” da linha “Ambition makes you look pretty ugly”, que representa a busca pelo sucesso e os desafios que esta traz ao Homem.

Karma Police (Videoclipe)

“Karma Police” é conhecida pela atmosfera hipnótica e reflexão sobre temas existenciais e o karma. Com um aumento gradual da intensidade e adição de instrumentos, a música transmite ao ouvinte uma sensação de crescimento emocional que chega ao seu máximo no clímax. É uma das faixas mais conhecidas e impactantes dos Radiohead.

Plano da Expressão  

Os movimentos da câmara são usados em consonância com o ritmo musical aplicado, sendo de forma geral executados de maneira suavizada e prolongada. Desta forma, é possível deduzir o uso eficaz na impressão da sensação de perseguição e insistência, coincidindo ainda com a calma e marasmo que o vocalista aparenta. Parte significativa do vídeo é filmado de uma perspetiva interior, como se o espetador estivesse no lugar do condutor. É possível ainda apontar um uso de câmara mais instável e turbulento, particularmente quando esta acompanha o indivíduo desconhecido na sua corrida, ao focar no seu rosto. No começo do vídeo o espetador encontra-se sozinho no veículo, mas segundos depois, ao voltar a observar os lugares traseiros está acompanhado pelo vocalista Thom. Nos momentos finais, de incêndio, os lugares traseiros voltam a encontrar-se vazios. A gravação demonstra-se lenta, com a câmara a apontar para o cenário (interior do carro e imensidão da estrada) de forma lenta e suave. A câmara demonstra-se sempre suave nos seus movimentos e não é retratada uma grande turbulência nas suas gravações. 

No videoclipe da música, “Karma Police” dos Radiohead, a ambientação apresenta-se composta apenas por uma locação externa (espaço aberto de descampado e estrada), ainda que também seja apresentado o interior de um carro, não existindo variedade no espaço. O cenário é recorrente, sendo apresentado durante todo o videoclip, sem mudanças de espaço, e representado com características como as de vazio, comprimento e largura. A delimitação do espaço, ao ser limitada ao interior do carro e a uma estrada no “meio do nada” acaba por fabricar uma relação contraditória com o espetador, entre o conforto do transporte e o desconforto de uma noite escura, sombria e fria. Entre o visível incómodo duradouro, consequente da corrida realizada por um dos personagens com o conforto amorfo e desinteressante de Thom Yorke, no carro. As presenças constantes e quase permanentes nos mesmos campos de visão criam um sentimento único, de mistério e intriga. 

Tal como referido previamente, o cenário em que ocorre o videoclip, num espaço largo e profundo, em constante linha reta, acaba por ter uma importância para a composição imagética. Os elementos ou características referidos na letra da música não aparecem nenhuma vez no cenário, o que mostra ser apenas uma forma metafórica e não literal. Um aspeto que pode ter uma importância acrescida para a interpretação do videoclipe é de no momento de sacar do fósforo, a caixa do personagem desconhecido tem a imagem de um embrião, o que poderá ter vários significados por detrás.

A filmagem é realizada em tons escuros e sombrios, com a luz dos faróis do carro apenas a refletir o plano horizontal ao carro, não sendo muito profundo. Dentro do veículo a iluminação não é forte, com exceção do cantor Thom, que parece estar apontado por uma luz durante todo o percurso. O interior do veículo é um tom escuro de vermelho, enquanto que o veículo tem uma cor difícil de caracterizar, devido à escuridão do cenário. O restante cenário é composto por um horizonte azul-escuro que vai escurecendo em crescendo à medida que se aproxima do centro do ecrã. A estrada é cinza e o descampado nas laterais da estrada são de relva verde e curta.

O uso da luz é bem utilizado para os objetivos propostos. Durante a perseguição os faróis do carro apenas iluminam o cenário mais próximo, enquanto que dentro do transporte a iluminação é mais escura, ainda que Thom pareça ter um farol/holofote virado para ele. No minuto 02.35 é possível observar a visão do rosto do perseguido, onde as luzes encadeiam e desaparecem conforme a corrida, dando a sensação do espetador ter sido transferido para estar na frente. No minuto 03.00 são apenas visíveis os faróis do carro e o personagem caído no chão, num uso apropriado de luz e escuridão, à medida que o carro se aproxima. 

As cores vermelhas do interior do carro podem querer representar uma suposta energia e excitação do momento que, contudo, são contrariadas pelo estado de espírito do passageiro, de melancolia e inércia. O vermelho, conhecido também por ser uma cor quente, viva e que representa fogo ou chama interna ou por vezes perigo e violência, poderá também estar relacionada com o final do vídeo, onde o veículo acaba por se incendiar. Por sua vez, o azul (cor fria) que se confunde no negro poderá estar interligado com a tranquilidade que se torna em medo e solidão. A cor verde, por usa vez, representaria a possível esperança e liberdade, talvez de uma ambicionada fuga, por parte do personagem. As cores servem assim o seu propósito de enfatizar as ideias transmitidas pelos acontecimentos. 

O videoclipe apresenta alguns planos distintos, sendo os mais relevantes: a frontalidade da câmara para com o horizonte, num plano de perspetiva a média/longa distância; planos mais centrados no cantor e no seu rosto; um plano que evidencia o cansaço e desespero do sujeito que é perseguido; um plano focado nas suas mãos enquanto tenta retirar um fósforo para incendiar o carro, e um plano final, da perspetiva interior do automóvel enquanto este se incendeia. Um dos planos com um maior realçamento é o de desespero do personagem, uma vez que se foca unicamente no seu rosto desesperado, com o movimento da câmara a acompanhar o movimento de corrida do mesmo e as suas expressões faciais. Outro plano com destaque no rosto é do cantor Thom, onde é visível o seu olhar de quase desinteresse para com a situação. A expressão corporal com maior realce é o das mãos do personagem a tentar tirar um fósforo de uma caixa vermelha com a imagem de um embrião.

O figurino utilizado pelos personagens não parece ser de relevo para o desenvolvimento ou trama do vídeo. Thom Yorke apresenta um figurino com cores escuras, sendo um casaco de cabedal preto e uma roupa interior verde-escura, o que poderá estar relacionado ao estado de espírito do indivíduo, como o isolamento e solidão em simultâneo com mistério. O personagem desconhecido tem uma vestimenta simples, com uma camisa branca e calças castanhas. Cores que combinadas podem representar a inocência e a estabilidade, o total oposto daquilo que o personagem sente visualmente. 

O videoclipe apresenta um desenrolo de estrutura linear, com uma temporalidade simples, delimitada ao presente. Não existe qualquer regresso ao passado ou existência de flashbacks. Os acontecimentos visuais encontram-se plenamente sincronizados com os efeitos sonoros, uma vez que existe uma interligação entre ambos, ou seja, o ritmo e melodia da música acompanham o ritmo das imagens que são apresentadas, sendo que quando alguma cena se intensifica, o ritmo e sons também ganham uma expressividade similar.

O videoclipe inicia com uma melodia tranquilizadora e regular, estabelecendo o ritmo e atmosfera da música como calma e melancólica. Durante o progresso é possível escutar a adição de alguns instrumentos. Esse tipo de instrumentos adicionais são utilizados em simultâneo com a voz do vocalista, para destaque de algumas cenas, onde o artista eleva a sua voz, acabando por desaparecer no momento mais baixo de voz. Dessa forma, acabam por caracterizar os sons e por dar consistência ao vídeo, que está em crescendo, no que toca a sensações e sentimentos. O áudio é de extrema qualidade, conseguindo efetuar uma combinação entre a voz do artista e os vários instrumentos que o compõem, nos diversos momentos. O ritmo lento e sistemático torna percetível a diferenciação de cada instrumento, traduzindo a simplicidade de captar os vários tons implementados. A trilha sonora é de tom melancólico e sensível, com capacidade para retratar e fortalecer a narrativa visual. O ambiente gerado em combinação com a trilha sonora cria um apelo à reflexão e ao sentimento de incógnita, seja visual ou da letra musical.  O áudio não apresenta qualquer tipo de diálogo entre personagens. Todavia, a letra da música pode ser interpretada como uma narração do subconsciente de qualquer um dos dois personagens a questionar-se e a queixar-se. O videoclipe não apresenta qualquer característica gráfica referente a vinhetas, grafismos ou rodapés. 

Plano do Conteúdo

No videoclipe apresentado é possível notar a existência de um efeito especial narrativo, perto do fim, que é a “troca de papéis” dos personagens, onde o indivíduo perseguido se levanta contra o carro que o persegue e descobre uma forma de incendiá-lo. Desta forma, o indefeso e ansioso personagem, que numa primeira perspetiva apenas se limitaria a fugir acaba por concretizar a sua vingança. 

Plot/Conflito/Clímax/Desenlace – O videoclipe apresenta um padrão estático, linear e de poucas reviravoltas, tendo uma no seu final. Algumas dessas fases são:

Plot: O Plot do videoclipe acompanha como elemento principal um carro, que ao ligar-se começa a perseguir de forma lenta um indivíduo misterioso e desconhecido. Dentro do carro encontra-se o protagonista e vocalista da banda, Thom Yorke. O ponto principal de ação baseia-se na perseguição efetuada pelo protagonista ao sujeito desconhecido.

Conflito: O principal conflito exposto é o da perseguição feita, que é realizada de forma monótona. O indivíduo que tenta afastar-se do veículo acaba por tropeçar e ficar à mercê do automóvel. Este conflito acaba por gerar um clima tenso, angustiante e de expetativa em relação à sua resolução.

Clímax: O momento em que o sujeito perseguido passa a estar por cima da situação em que estava envolvido, ao notar uma linha de gasolina caída do veículo na estrada, quando este faz marcha atrás, e com um fósforo cria um rastilho de fogo, que começam a incendiar o automóvel. Este pode ser considerado o momento de maior tensão durante todo o enredo reproduzido.

Desenlace: No momento final, ao começar a incendiar, a câmara demonstra como o protagonista já não está presente no automóvel. À medida que as chamas se alastram e a câmara não encontra o vocalista no banco traseiro, a música escutada passa a sons ruidosos e de desconforto. O conflito dá-se por terminado e a narrativa do videoclipe conclui-se.

Quanto aos personagens, os dois, e únicos revelados são um homem desconhecido, que é perseguido por um carro onde se encontra dentro, Thom Yorke, no banco traseiro. O indivíduo que é perseguido aparenta ter um ar de agonia e aflição enquanto se tenta afastar. Já Thom aparenta ter um ar melancólico, de indiferença e desinteresse. O sujeito que é perseguido aparenta fugir de algo, preocupado, o que poderá representar a sua corrida contra a inevitabilidade do karma, enquanto Thom representaria o karma inevitável. 

Signos referentes à letra e aos aspetos visuais: 

A letra da música é enigmática e não literal. O título “Karma Police” é indicativo de uma polícia do karma. “Karma” é uma expressão popularmente usada para referenciar a punição de injustiças de forma natural ou divina, sendo o seu uso simbólico. A letra parece indicar uma reflexão ou pensamento relacionado com o desconforto e sentimento de vingança, podendo ser interpretada por parte de ambos os personagens. A letra sugere um desconforto com características de outro indivíduo e o julgamento feito, apelando ao “Karma” que exerça a sua função e inicie uma perseguição, quando está escrito “Karma police, arrest this man / He talks in maths / He buzzes like a fridge / He’s like a detuned radio”. A música apresenta também uma reflexão acerca das ações da Polícia do Karma, e de se a sua perseguição e julgamentos não o colocarão também a ele uma vítima do karma. Esse momento pode ser visto em “For a minute there / I lost myself, I lost myself / Phew, for a minute there / I lost myself, I lost myself”, demonstrando como o narrador se perde na sua busca por vingança e julgamento e a certo momento se dá conta. Nos momentos finais do vídeo, é possível ver como o carro que perseguia deixa um rasto de gasolina, que será aproveitado consequentemente pelo sujeito para incendiar o veículo, evidenciando que o próprio polícia tornou-se um alvo do karma, criando o seu próprio fim, ainda que nessa altura não se encontre no automóvel, sugerindo que desistiu da sua ideia de vingança e rancor, antes que o karma o alcançasse. A existência de uma imagem de um embrião humano na caixa de fósforos do sujeito perseguido poderá significar a inerente característica vingativa, associada ao ser humano. Desta forma, a letra da música tenta abordar a questão da vingança e as consequências autodestrutivas que essa pode causar.

Exemplo de ícone – Um exemplo de ícone durante o videoclipe de Karma Police pode ser o automóvel usado, uma vez que existe uma relação de semelhança direta com o veículo, ao nível da imagem.

Exemplo de índice – Um exemplo de índice durante o videoclipe poderá ser o do rasto de gasolina deixado pelo carro, que indicaria uma possível fuga no mesmo, e proporcionou a vingança exercida pelo indivíduo perseguido. É assim um signo gráfico que indica a possível fuga no automóvel, tendo uma relação direta com o referente.

Exemplo de símbolo – Um exemplo de símbolo pode ser o próprio título da música, “Karma Police” uma vez que a palavra Karma tem uma conotação negativa e adotada pela generalidade das pessoas. Ainda que a existência de uma polícia do karma não seja real ou conhecida, a ideia gerada é bastante percetível apenas ao lê-la. 

No Surprises (Atuação ao vivo)

Sendo a música mais bem sucedida do álbum, “No Surprises” faz lembrar uma canção de embalar, o que contrasta com a letra triste da canção. Através da melodia simples e a voz calma de Thom Yorke, quem a ouve descreve sentir tranquilidade e melancolia. 

Plano da Expressão 

Na análise do concerto, onde é cantada a música “No Surprises”, é possível referir como o cenário está delimitado ao do palco onde a banda de rock se encontra. Ainda que o espaço não mude, os planos diferenciam-se várias vezes, pela captação da câmara. O palco não parece ter largas proporções, sendo consideravelmente curto e próximo da sua plateia. A câmara apresenta movimentos suaves constantes, conjuntamente com o ritmo pausado e regular da melodia, com passagens entre cenas de forma suave e contrapondo umas nas outras, ou seja, para passar para outro campo visual a imagem desvanece e de forma simultânea a nova aparece. O seu ritmo de mudança apresenta-se em conformidade com o ritmo e melodia adjacentes. O vídeo apresenta no seu começo uma nota referente ao título da música que será cantada e tocada.

É possível observar planos faciais ou de instrumentos na análise de enquadramentos de câmara. O vídeo mistura planos de distâncias curtas, médias e longas. Planos de distâncias maiores, com enquadramentos mais abertos permitem a visibilidade de grande parte do palco e dos seus intérpretes (01:12 ou 03:35). Por outro lado, planos de média distância proporcionam a visão dos artistas, de forma mais centrada e no seu todo (00:042 ou 02:40). Ao passo que em planos mais próximos, de distâncias curtas, realçam os rostos (01:22 ou 02:33) ou o tocar dos instrumentos (00:21, 02:52 ou 03:38). A maioria tem uma perspetiva frontal, com exceção do momento 01:58 a 02:02) com uma câmara traseira. 

Os tons de filmagem estão intrinsecamente ligados ao uso da luz, uma vez que os holofotes apresentam cores, na hora da sua iluminação. Os tons usados são escuros, apenas sendo visíveis no palco os integrantes da banda. As diferenças mais substanciais na composição imagética e uso da claridade são no momento inicial e final. No momento inicial de 00:00 a 00:25 existe uma maior claridade e luz natural apontada ao grupo, que se transforma lentamente em dois holofotes apenas centrados no vocalista e tendencialmente “perdem força”, modificando as cores para azul e roxo. No momento final 03:55 todas as luzes se apagam, ficando a sala em total escuridão. Durante o espetáculo, as duas cores base utilizadas para a iluminação do cenário são o azul e o roxo. Estas cores podem estar relacionadas aos sentimentos que se querem transpor ao se ouvir a letra. A cor azul em conjunto com a cor roxa são cores frias, capazes de transmitir sensações de harmonia e calma, mas também sensações de tristeza ou reflexão. Estas podem se relacionar com a letra, em momentos como “You look so tired, unhappy / Bring down the government”, “I’ll take a quiet life / A handshake of carbon monoxide” ou “This is my final fit / My final bellyache with”. Momentos onde é visível a melancolia e desejo de mudança radical, ao derrubar o governo ou “dar um aperto de mão” a monóxido de carbono, que é um gás tóxico. O figurino utilizado pelo vocalista e restantes membros da banda é simples e confunde-se na iluminação, condizendo nessa. 

Relativamente aos códigos sonoros utilizados, a mistura de instrumentos lenta e metódica ajuda a criar uma textura musical complexa, mas agradável. Tendo como instrumentos a guitarra acústica, piano, bateria, baixo elétrico e a presença de um xilofone, a sua junção ordenada acaba por tornar a melodia apelativa, criando uma atmosfera de “música de embalar” em certos momentos da sua audição. A voz do vocalista apresenta-se assente num tom leve e constante, que se estende nas palavras, de forma morosa. A qualidade com que o áudio se apresenta é elevada, onde, ainda que exista uma mistura de tantos instrumentos e voz, é se capaz de diferenciar os sons de cada qual de forma independente e singular. Não se constata uma sobreposição ou dominação de nenhum dos sons de forma desigual. A trilha sonora e musical, apoiada pelo estilo pouco convencional, mas estranhamente reconhecível, transparece e fortalece sensações de conforto e de índole reflexiva. O som cristalino inicial de guitarra, que abre a música, torna-se ininterrupto durante todo o vídeo. Não existe qualquer tipo de diálogo no tempo exibido, sendo a letra o que mais se aproxima dele. A forma emotiva visual e sonora com que o vocalista canta contribui para uma repercussão mais apaixonada e refletida acerca dos temas da letra, que expõem ideias como a tristeza do quotidiano e o desejo de mudança de vida. 

Plano  Conteúdo

Plot/Conflito/Clímax/Desenlace – A letra apresenta uma estrutura linear e simples, com um plot, conflito, clímax e desenlace final: 

Plot: A letra da música começa com a descrição de uma vida desgastada e infeliz, onde existe uma vontade de mudança crescente no personagem, para uma forma de viver mais tranquila e menos repentina.

Conflito: O conflito que fica visível na letra trata-se da tentativa de mudança de uma vida deprimida e cabisbaixa para algo mais confortável e simples.

Clímax: O momento que pode ser considerado como um clímax é o de crítica ao governo e sugestão do seu derrubamento em “Bring down the government/ They don’t/ They don’t speak for us”. Pode ser considerado como o ponto mais alto da vontade de mudança.

Desenlace: A ideia final que é transmitida, como desenlace, é a do desejo de uma vida diferente e distinta da que o personagem conduz, referindo elementos da natureza, como a forma de expressão de algo belo e simples, “Such a pretty house / And such a pretty garden”. 

Ainda que a música e vídeo não apresentem personagens no seu sentido mais literal e tradicional, presume-se que o narrador e cantor seja o personagem principal e único na letra da música “No Surprises”. O personagem apresenta os seus sentimentos deprimidos (A heart that’s full up like a landfill) e expressa alguns desejos, tais como a busca por uma vida mais tranquila (I’ll take a quiet life / Such a pretty house / and such a pretty garden), sem surpresas ou acontecimentos inesperados (No alarms and no surprises (let me out of here). Observando as características deste personagem, fica claro o seu desagrado e cansaço com a vida e o seu desânimo de como está a ser guiada. A letra refere mudanças governamentais e em como os governantes não são uma voz do povo (You look so tired, unhappy/Bring down the government/They don’t/They don’t speak for us) representando um desejo maior de mudança e uma crítica à resignação constante.  

Exemplo de ícone – um exemplo de ícone nesta música poderá estar no verso “a heart that’s full up like a landfill” uma vez que referencia diretamente um aterro, em comparação com um coração cheio.

Exemplo de índice – um exemplo de índice na letra pode ser o verso “Bruises that won’t heal” já que referencia lesões não cicatrizadas, indiciando que existiu algum tipo de dano anterior que não se curou.

Exemplo de símbolo – um exemplo de símbolo na letra poderá estar indicado no verso “A handshake of carbon monoxide” uma vez que é impossível esse aperto de mão acontecer, mas a consciência global do perigo do monóxido de carbono poderá representar a ideia da vontade da morte, de forma simples. 

Fitter Happier

Considerada por muitos como a faixa mais triste da banda Radiohead, esta é a faixa mais perturbadora de todo o álbum. Com uma abordagem única e experimental, a canção faz uma crítica à vida padronizada da sociedade, mostrando a realidade desumanizante e desconfortável da eterna procura da felicidade. 

Plano da Expressão

Ao analisar os códigos linguísticos integrados no plano da expressão, conclui-se que a letra de “Fitter Happier” é simples e direta: consiste numa lista que compila ações que um indivíduo pode praticar para ter uma vida feliz, tais como fazer exercício, comer bem e manter-se informado, num ritmo repetitivo. O seu vocabulário é comum, e passa a ideia de dar conselhos de autoajuda, como uma espécie de guia para a vida perfeita, referenciando a crença de que a felicidade é atingida pela conformidade e realização de metas.

Já no que toca aos códigos sonoros desta faixa, é observável que contribuem para a atmosfera distintamente desconfortante, que passa uma forte sensação de artificialidade, refletindo o tema geral do álbum.

A música contém dois instrumentos principais: o piano distorcido, que toca uma melodia triste e lenta, transmitindo uma constante tensão e criando um ambiente mais denso, e o sample de guitarra distorcida “Nigem A.M.S. paranoid guitar sample”, adiciona uma outra camada de textura sonora, sendo mais subtil que a primeira. A distorção destes instrumentos tradicionais serve para acentuar a dissonância e a sensação de desorientação e perturbação tão marcantes na canção. Conta também com outros sons indistintos, ruídos e efeitos sonoros que contribuem para esta atmosfera. É possível reconhecer uma voz de um homem de fundo a falar sobre algo que não se consegue perceber.

A faixa é fortemente baseada em elementos eletrónicos e tem padrões rítmicos repetitivos que criam uma sensação de constância, o que contrasta com a letra.

O signo mais importante no que toca aos sons nesta música, é a voz; não é Thom Yorke que a interpreta, mas sim a voz sintética “Fred” da aplicação Macintosh SimpleText, descrita pelo cantor da banda como a voz mais emotiva que ouviu em anos. Sendo gerada por computador, contribui para dar ênfase ao tema geral do álbum (as tecnologias), e para dar a sensação da distância emocional de uma máquina.

A junção de todos estes códigos sonoros cria uma atmosfera desconfortante e trás à ideia do receptor o sentimento de alienação.

Plano do Conteúdo

Plot: A música apresenta uma série de diretrizes sobre a vida contemporânea, criando uma imagem robotizada da vida humana.

Conflito: A descrição das diversas pressões sociais sobre a sociedade moderna, obrigando os seus indivíduos a se adequarem a um padrão se quiserem alcançar a felicidade.

Clímax: Não existe um clímax.

Desenlace: O final da canção termina com o verso marcante “A pig in a cage on antibiotics”, que pode ser interpretado como uma metáfora para o Homem na sociedade.

Em relação aos signos linguísticos integrados no plano do conteúdo, é através da análise aprofundada à letra da música que se retiram conclusões quanto à principal mensagem que esta quer passar. Vejamos então alguns versos de “Fitter Happier”

“Fitter happier / More productive / Comfortable”

Começando pelo seu título, os primeiros três versos resumem o que o indivíduo tem de ser para se integrar corretamente na sociedade: ser ajustado (fitter), mais feliz (happier), mais produtivo (more productive) e confortável (comfortable), referindo-se ao facto do ator social ter de se conformar com o seu funcionamento, e seguir as suas regras se quer ser feliz.

“Fond but not in love”

Traduzindo livremente para português, “Afeiçoado, mas não apaixonado”. Ter afeição mantém as pessoas felizes e ligadas a algo, de uma maneira não tão agressiva. Estar apaixonado é o contrário, envolve um compromisso mais intenso e imprevisível, o que não corresponde à distopia criada pelos Radiohead.

“Concerned (but powerless)”

“Preocupado (mas impotente)” menciona a maneira como o indivíduo, por mais que tente, não consegue ir contra o que o controla (o governo e as tecnologias), deixando-o sem qualquer poder. Se ele se mantiver ocupado com a sua rotina do dia-a-dia e na busca da felicidade, não tem tempo para pensar nos problemas do mundo, logo, não tem vontade de mudar.

“A pig / In a cage / On antibiotics”

“Um porco, numa gaiola, sob o efeito de antibióticos” é uma passagem marcante do livro “What a Carve Up” de Jonathan Coe, uma novela satírica sobre a Inglaterra dos anos 80, referenciando como o Homem prende e injeta antibióticos nos animais que consome. Da mesma maneira que um porco tem de pastar, o Homem tem de se exercitar (“regular exercise at the gym”), comer bem (“eating well”), manter contacto com os amigos antigos (“keeping in contact with old friends”), etc…, para manter uma rotina. O “porco numa gaiola” é uma metáfora para o Homem na era das novas tecnologias.

Através destes exemplos podemos perceber melhor a mensagem que esta música quer transmitir. Nesta lista de instruções para uma vida ideal, é possível observar um óbvio contraste entre linhas que descrevem esta vida mais saudável e feliz, e outras que retratam a realidade fria e banal da existência quotidiana, evidenciado nos versos “At a better pace / Slower and more calculated / No chance of escape” (“Num ritmo melhor / Mais lento e calculado / Sem chances de escapar”)

A faixa utiliza palavras e expressões com um tom irónico, que quando são interpretadas no contexto da música, mostram criticar a ideia de que, através de simples ações, os indivíduos conseguem revolucionar as suas tristes vidas. Esta ironia revela-se no seguinte verso: “No longer empty and frantic” (“Não mais vazio e frenético”), o que é uma mentira, pois o que acontece na sociedade moderna, é exatamente o oposto.

A junção de todos estes códigos linguísticos contribuem para entender a crítica social de “Fitter Happier”. A letra descreve uma distopia de vida perfeita e destaca a desconexão do indivíduo em relação à realidade complexa e preocupante da vida moderna.

Exemplo de ícone – o verso “More productive” serve como exemplo de ícone na letra desta música, pois remete à ideia de ser mais eficiente, passando uma imagem de produtividade e realização

Exemplo de índice – um índice em “Fitter Happier” está presente na linha “Regular exercise at the gym” ao explicitar um hábito de vida saudável, sugerindo uma conexão entre a prática de exercícios para uma vida melhor

Exemplo de símbolo – um exemplo de símbolo na letra, está presente na expressão “Comfortable”, que representa o conforto físico e a busca por uma vida estável.

Considerando todos os elementos da análise semiótica feita à capa, e às músicas “Paranoid Android”, “Karma Police”, “No Surprises” e “Fitter Happier” do álbum “OK Computer”, foram retiradas conclusões para responder à pergunta de partida “De que maneira a desconstrução dos elementos da composição visual, musical e lírica no álbum “OK Computer” refletem  a alienação e a superficialidade?”.

No que toca aos elementos visuais, a capa deste álbum apresenta uma imagem surrealista e não convencional, desafiando o real. Os tons de azul claro estão associados à frieza e à depressão, mas junto com o branco, passa uma ideia de tranquilidade. Reflete uma desconexão entre a realidade superficial e as complexidades de um Homem da sociedade moderna.

Já o videoclipe de “Karma Police” apresenta uma história sombria através do contraste de uma gravação suavizada em ângulos incomuns e da narrativa caótica e perturbadora que capta. 

Finalmente, no vídeo do concerto no Festival Montreux Jazz de 2003, é observável um movimento de câmara calmo, de acordo com o ritmo da música, com planos faciais e dos instrumentos. A luz é uma componente importante, que passa de sendo mais natural para tons de azul e roxo, transpassando, mais uma vez, uma atmosfera fria e triste. 

Na parte musical, a utilização de instrumentos como a guitarra elétrica e sintetizadores, assim como o proveito de elementos eletrônicos ajudam a trazer à ideia do ouvinte o tema das tecnologias da nova sociedade. A desconstrução dos arranjos convencionais deixa o ouvinte desconfortável, pois não está a ouvir algo que está acostumado, refletindo a ideia de alienação

Na componente lírica do álbum, a desconstrução da letra parte da forte utilização de metáforas e de fragmentos de significados (partes das músicas desconectadas, que não fazem sentido), que deixam o sentido da música aberto e criam confusão no receptor. As mensagens podem também ser interpretadas como superficiais, mas na realidade podem abordar uma questão mais complexa, refletindo a superficialidade do Homem.

É no rompimento das tradições musicais, líricas e visuais na capa do álbum, videoclipes e performances que os Radiohead inovaram e abriram portas para uma nova geração de artistas. Todavia, o objetivo principal, com a desconstrução destas convicções, é o de refletir o tema central do álbum: a alienação da sociedade do final dos anos 90, tendo os seus indivíduos controlados pelas novas tecnologias e bens materiais, tornando-os cada vez mais superficiais, sem qualquer tipo conteúdo e profundidade. 

Apesar de ter saído em 1997, é possível visualizar estas características nos dias de hoje, ainda com mais representação do que há 26 anos. Verifica-se a genialidade dos Radiohead em refletir sobre um tema que se tornaria uma real preocupação no futuro.

Referências 

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