Observatório da Qualidade no Audiovisual

Youtubers mirins: um mapeamento das produções audiovisuais nos canais brasileiros protagonizados por crianças

Autor: Hyrlla Lobo Tomé

Resumo curto: As relações entre infância e mídia se aproximaram desde a entrada da televisão na sala de estar do núcleo familiar. No cenário da cultura digital, além das telas, as câmeras se fazem presentes nos lares brasileiros, como parte de uma rotina de produção de conteúdo. Em alguns casos, crianças protagonizam produções voltadas também ao público infantil e são visualizadas por milhões de crianças do Brasil e do mundo. O presente trabalho apresenta um mapeamento, através de gráficos e observações, dos vídeos mais populares dos três canais brasileiros que protagonizam crianças com mais inscritos: Maria Clara e JP, Valentina Pontes e Clubinho da Laura – Laurinha e Helena. Para isso, foi realizado um levantamento bibliográfico no segundo capítulo para abordar as definições de infância e suas relações com a mídia desde o consumo televisivo, entendendo as questões discutidas no meio acadêmico que vão além da dicotomia tradicional de proteção ou empoderamento da infância aos perigos do audiovisual, culminando na introdução do YouTube nas rotinas infantis. No terceiro capítulo, é apresentada uma reflexão sobre as narrativas de si mesmo produzidas no universo digital e como são apresentadas pelos youtubers, conceituando este sujeito que narra a si mesmo e utiliza a própria imagem na frente das câmeras. A metodologia utilizada para analisar as produções é uma adaptação dos parâmetros da análise da qualidade no audiovisual propostos por Borges (2014) e conceitos da literacia midiática, apresentada no quarto capítulo. Por fim, o quinto capítulo é dedicado às observações dos resultados encontrados, verificando padrões de níveis descritivos, de produção técnica, linguagem, representação dos temas e de público. Enquanto resultado, este mapeamento da infância que se tornou celebridade através de suas produções no YouTube mostra que aspectos como originalidade, regionalidade e experimentações estéticas são menos frequentes do que as estratégias para ampliação do público, tornando o algoritmo que controla o YouTube um fator central no desenvolvimento e veiculação das produções realizadas pelas famílias das crianças brasileiras mais famosas do YouTube.

Disponível em: https://bit.ly/3VVEVZk

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