Observatório da Qualidade no Audiovisual

Análise Black Lives Matter

Por Bruno Henriques, João Costa, Rodrigo Cardoso

Introdução

O presente trabalho foi elaborado no âmbito da Unidade Curricular de Semiótica, do curso de Ciências da Comunicação e procura fazer uma análise semiótica através do americano Charles Peirce, filosofo, linguista e estudioso da semiótica, onde a sua abordagem teórica exprime que o símbolo possui um efeito sobre as pessoas, sobre o movimento Black Lives Matter, principalmente no desporto, com a pergunta “Com um mundo mais conectado, haverá progresso no combate o racismo”?

Foi feita uma pesquisa sobre o início e história do movimento Black Lives Matter e seu impacto no desporto sobretudo na Premier League e na National Basketball Association, que são consideradas as maiores ligas do mundo no seu respetivo desporto (futebol e basquetebol respetivamente), tendo ambas as ligas realizado diversas campanhas e movimentos de combate ao racismo que serão explicadas ao detalhe no presente trabalho.

Será também analisado o gesto que ficou característico e símbolo do movimento, o ato de ajoelhar e punho cerrado a apontar para o céu, ou seja, o signo vai ser a imagem, o ícone será o gesto em si, sendo o índice a referência a morte do George Floyd, e o símbolo é a luta contra o racismo.

O Efeito do movimento Black Lives Matter

George Floyd foi assassinado em maio de 2020 por um polícia, posteriormente levado à justiça depois de muitos protestos, quando este, depois de ter detido George por suspeitas de usar uma nota falsa de 20 dólares, se ajoelhou em cima do pescoço da vítima durante 9 minutos enquanto a mesma estava algemada e de cara no chão. Enquanto várias testemunhas gravavam o sucedido, os dois agentes acompanhantes do homicida assistiram à cena sem interferir. 

Após vários relatos terem sido publicados nas redes sociais acompanhados dos respetivos vídeos gravados pelas testemunhas, o caso ganhou rapidamente a atenção do “mainstream media”, gerando, em plena pandemia devido ao coronavírus, uma cobertura televisiva enorme e contrastante com as notícias do momento, sendo estas relacionadas com a situação pandémica.

Este homicídio deu origem ao maior protesto sobre justiça racial nos Estados Unidos da América desde o movimento dos direitos civis (17 de maio de 1954 a 1 de agosto de 1968), mas o movimento foi bastante além de só essa nação, inspirando protestos globais acerca do racismo. 

Protestos sobre o movimento “Black Lives Matter” foram dos maiores da história, ignorando continentes e culturas, ativistas negros viram a morte de George Floyd como um símbolo de intolerância e injustiça igual à que os mesmos encontravam nos seus países e cidades, nas suas “casas”. Muitos destes países tinham o seu próprio George Floyd, alguém que morreu também às mãos de brutalidade policial e violência racial que criou um ultraje nacional. 

Ativistas por todo o mundo souberam que, a partir do momento em que tinham sido testemunhados e partilhados os momentos finais de Floyd, já não havia volta a dar, já nada poderia voltar a ser como antes e que esta era, de uma maneira injusta e cruel, a oportunidade de grande exposição que todos estes casos necessitavam para que se fosse feita justiça, ou, pelo menos, se tentasse.

No Reino Unido, os maiores protestos ocorreram no verão de 2020, com os protestos a atingir novos níveis com a morte de George Floyd, mas já existentes antes devido à morte de Belly Mujinga, trabalhadora numa empresa de transportes em Londres, que morreu devido à COVID-19, depois de ter sido vítima de um ataque racial de um colega, o qual chegou a cuspir na mesma. Belly já tinha feito queixas acerca de não ter a proteção adequada no trabalho, mas não levaram a nada. Nos protestos, um dos casos mais mediáticos foi quando a estátua de Winston Churchill na Praça do Parlamento em Londres foi vandalizada e grafitada com a palavra “racista”.

Em França, os protestos foram também direcionados ao histórico racista e discriminador do país, cuja injustiça racial e brutalidade policial tem origens diferentes dos Estados Unidos. Os protestos foram originários do histórico de colonização e escravatura do país gaulês e, como vários ativistas apontaram, existe uma recusa em simplesmente levar em conta este histórico do país e como as pessoas ainda lidam com o legado do mesmo. Os protestantes em Paris juntaram-se devido à morte de Adama Traore em 2016, numa situação semelhante à de George Floyd, onde três polícias puseram o seu peso todo no jovem de 24 anos. 

Finalmente, em Portugal, os protestos não tiveram as dimensões que atingiram noutros países, mas não deixaram de ser marcantes. Milhares de pessoas saíram às ruas da capital, de Coimbra e do Porto, maioritariamente, onde se podia ouvir as frases “não temos só de não ser racistas, temos de ser antirracistas” e “I can’t breathe”, frase que George Floyd proferia antes de falecer.

Combate da NBA ao Racismo

A National Baskteball Association, mais conhecida por NBA, é a maior e melhor liga de basquetebol do mundo e é conhecida por ser das mais ativas na defesa da raça negra, devido ao facto de que, a grande maioria dos atletas da liga são afro-americanos.

A NBA em março de 2020 foi a primeira liga norte-americana a suspender a época devido à COVID-19, quando um jogador dos Utah Jazz, o poste francês Rudy Gobert testou positivo ao vírus que na altura era bastante recente e não se conhecia as complicações nem percussões.

Em julho do mesmo ano, a época retomou, e 22 equipas que ainda tinham hipóteses de alcançarem a fase a eliminar da competição foram convidadas para uma bolha nos parques da Disney em Orlando, Flórida onde os jogadores e staff eram testados regularmente à COVID-19 e estavam impedidos de saírem da mesma sem justificação e caso saíssem teriam que realizar 15 dias de isolamento.

Com o regresso dos jogos e sendo a NBA das organizações que mais participam na defesa da raça negra, a NBA e as equipas decidiram utilizar a bolha como uma plataforma de apoio ao movimento Black Lives Matter após a morte de George Floyd em maio do mesmo ano.

A frase Black Lives Matter foi estampada em todas as quadras de jogo e de treino e os jogadores tinham a opção de estaparem na sua camisola de jogo e pré jogo, frases de apoio ao movimento, e durante o hino que era entoado antes do inicio de cada jogo por cantores afro-americanos, os jogadores ajoelhavam-se em homenagem às pessoas de raça negra mortas por policias.

Contudo um tiroteio em Kenosha, Wisconsin, onde foi morto o negro Jacob Blake, os Milwaukee Bucks, equipa do estado de Wisconsin, recusou a entrar em campo no jogo 5 da série de play-offs que estva em curso e a  NBA decidiu então suspender os jogos todos desse dia e marcar uma reuinão para abordar o que se iria fazer ao que restava da época devido ao boicote que as equipas estavam a fazer.

Na reunião, as equipas de Los Angeles que eram os maiores candidatos ao titulo , os Lakers (onde joga e jogava aquele que é considerado por muitos o melhor de sempre LeBron James) e os Clippers votaram a favor  de terminar a época contudo a mesma continou,  pois as restantes equipas em prova decidiram que o melhor a fazer era continuar com a época.

Os jogos voltaram a 29 de agosto, tendo a NBA e a associação de jogadores terem feito um acordo em que iriam realizar tres comprimissos de esforços de reforma da justiça social, o que inclui que nas proximas eleições presidencais nos EUA, as arenas seriam locais de voto.

Em 2014, o site norte-americano TMZ divulgou áudios de Donald Sterling na altura dono dos LA Clippers, a fazer comentários racistas com a sua namorada, que curiosamente é negra, ao pedir-lhe para ela não levar jogadores e pessoas de raça negra para os jogos da equipa.

«Incomoda-me o facto, de quereres mostrar-te ao lado de negros. Precisas disso? Não coloques fotos com o Magic Johnson no Instagram para todos verem, e ligarem me depois. Não faças isso. Não o tragas para os meus jogos». Disse Sterling em conversa com a namorada «Não quero que os odeie. Quero que os ame, mas com privacidade, todos os dias da sua vida. Mas porque publicamente e porque trazê-los para os jogos da minha equipa? Só queres discutir e não tens bons argumentos para o fazer». 

As críticas não tardaram a chegar, o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, as lendas da NBA Magic Johnson, Charles Barkley e Shaquille O’Neal, as estrelas da NBA LeBron James e Kobe Bryant, e os representantes da NBPA Chris Paul e Kevin Johnson expressaram a sua oposição a Sterling, e os LA Clippers, Miami Heat, Houston Rockets e Portland Trail Blazers participaram todas em protestos silenciosos contra  Sterling vestindo as suas camisas de aquecimento do avesso ou vestindo meias pretas durante os seus recentes jogos de playoff.  Várias empresas anunciaram na segunda-feira que suspenderiam os seus acordos de patrocínio empresarial com os Clippers, e o treinador Doc Rivers disse que não voltará necessariamente ao franchise na próxima época, apesar de estar sob contrato. 

O comissário da NBA, Adam Silver, decidiu então banir para sempre o dono dos LA Clippers da liga e obrigou o mesmo a vender o franchise, contudo para isso acontecer 75% dos donos dos outros franchises, teriam de aceitar a punição, algo que foi alcançado.

Em junho do mesmo ano, Sterling vendeu a equipa por 2 biliões de dólares, Steve Ballmer, ex-presidente executivo da Microsoft.

Já mais recentemente, em setembro de 2022, a NBA suspendeu o dono dos Phoenix Suns, Robert Sarver, pois o mesmo ao longo dos anos proferia comentários e dizia repitidamente a N-Word para se dirigir a jogadores de raça negra. Jogadores como LeBron James, e até Chris Paul, jogador da equipa de Sarver fizeram pressão sobre a liga para que ele fosse suspenso. Robert Sarver anunciou dias mais tarde, em comunicado que assumiu responsabilidades e prometeu que iria ajudar as comunidades negras, e que iria vender também a equipa, pois era notório o desconforto dos jogadores.

A Premier League e o movimento Black Lives Matter

O campeonato inglês é um dos campeonatos mais vistos do mundo e, em várias rodadas, ocorrem gestos em homenagem a acontecimentos antigos ou recentes, como por exemplo, após a morte da Rainha Elizabeth II, ocorreu milhares de aplausos durante o minuto setenta, que representava o tempo de governo da monarca.

Bem, tendo isso dito, em junho de 2020, os clubes e jogadores enviaram um pedido à federação inglesa para que pudessem entrar com o nome do movimento Black Lives Matter nas costas, ao invés do tradicional nome dos jogadores. Com o aval da federação, os jogadores entraram com o nome do movimento e com símbolos ligados ao Black Lives Matter.

Apesar dos inúmeros movimentos conhecidos pela Premier League na luta contra o racismo, quando o CEO, Richard Masters, foi perguntado sobre o movimento Black Lives Matter, ele deixou claro que não considera uma causa política, mas sim moral. Além disso, por ser um ano pandémico, ele ainda cita o sistema de saúde inglês, como pode ser visto nessa fala: “Os jogadores estão acostumados a ser portadores de mensagens de outras pessoas e nesta ocasião eles queriam fazer duas declarações muito claras como jogadores, apoiados pela Premier League e pelos clubes: Agradecendo ao NHS (Serviço Nacional de Saúde britânico) … e também reconhecendo os problemas que estão acontecendo em todo o mundo, apoiando a causa do Black Lives Matter“.

Os jogadores não pararam apenas na homenagem após o retorno da liga, o protesto continuou sendo utilizado a cada rodada com o gesto de se ajoelhar, além de alguns jogadores levantarem os punhos fechados em direção ao céu. Este apoio e luta contra o racismo continuou até o início da atual temporada (2022/2023), onde os jogadores só farão esse gesto em momentos específicos da temporada, ao invés de todos os jogos que era como estava sendo feito.

 Por fim, o campeonato inglês sempre vai ser um importante mecanismo nas causas sociais, portanto a homenagem e apoio ao George Floyd e aos milhares de negros que sofrem preconceito diariamente deve sempre existir, por meio dos jogadores, uma vez que muitos são ativos na luta contra o racismo, e por meio dos clubes, que buscam punir rigorosamente quem comete esse crime.

Outros casos de racismo na Premier League

Para se ter uma noção maior de como a Premier League foi uma importante ferramenta para mostrar ao mundo a importância do movimento Black Lives Matter, é preciso fazer um pequeno comparativo com outros casos de racismo que aconteceram na liga e as atitudes que foram tomadas por parte da federação inglesa.

Portanto, para começar, podemos citar o jogador Raheem Sterling, avançado pela esquerda da seleção inglesa e do Chelsea, Sterling sempre foi alvo dos torcedores ingleses após uma derrota ou eliminação, não apenas pelo futebol, mas também pela sua cor de pele. Além disso, por ter nascido na Jamaica e logo cedo se mudado para a Inglaterra, ele sofria mais ainda, não apenas em jogos da seleção. Enquanto atuava pelo Manchester City, em um duelo contra o mesmo Chelsea, os torcedores dos blues gritaram palavras racistas diante do avançado.

Como medida para prevenir que casos futuros aconteçam, o Chelsea buscou identificar os indivíduos e bani-los para sempre de irem ao Stamford Bridge, porém não foi a primeira vez que o Chelsea precisou banir alguns “torcedores” de acompanharem o time. Isso também aconteceu em 2015, onde em um vagão de Paris, os “torcedores” dos blues não permitiram que um homem negro entrasse no vagão do metro. Neste episódio de racismo, eles empurraram o homem e, enquanto faziam isso, gritavam “Somos racistas, somos racistas! É assim que gostamos”.

Após esse episódio, o clube londrino identificou quatro indivíduos e eles foram impedidos de assistir partidas de futebol na Inglaterra por cinco anos e foram banidos para sempre do Stamford Bridge. Ainda em Londres, só que agora falando do Tottenham, após uma derrota para o rival Arsenal em 2018, um “adepto” do Spurs lançou uma casca de banana em direção ao avançado gabonês Pierre-Emerick Emiliano François Aubameyang, com isso, o autor do crime foi preso e o Tottenham optou por bani-lo por tempo indeterminado.

Infelizmente, são inúmeros casos de racismo seja em campo ou fora dele, porém a liga tem tentado a todo custo acabar com esses casos, tanto que a Premier League possui um projeto de “No Room for Racism” no seu site e possui uma rodada que tem o foco em conscientizar na luta contra o racismo.

Por fim, os clubes continuam tentando evitar que ocorram casos assim, até mesmo se for nas redes sociais, que é onde mais ocorrem comentários com cunhos racistas, como medida para tentar conscientizar as pessoas, a Premier League e os clubes passaram um final de semana inteiro sem fazer um único post sobre qualquer coisa nas redes sociais, como uma tentativa de conscientizar contra o hate sofrido pelas pessoas, ainda não foi o suficiente para que acabe esses casos, porém com a ascenção de movimentos como o Black Lives Matter, têm tudo para que no futuro isso deixe de existir.

Análise Semiótica

Para esse estudo, definimos que a melhor abordagem semiótica para ser feita seria através do Peirce, onde em sua abordagem teórica exprime que o símbolo possui um efeito sobre as pessoas. Com isso em mente, ao falarmos de um movimento de luta nas causas sociais, neste caso que luta contra o racismo, estamos falando de algo que causa um efeito nas pessoas.

Antes de se aprofundar na análise semiótica, é preciso entender quem é Charles Sanders Peirce, que é o criador do embasamento teórico utilizado para a análise. Com isso, Peirce, que foi um filósofo, pedagogo, cientista, linguísta e matemático estadunidense, tinha a semiótica como uma das disciplinas que faziam parte da vasta concepção filosófica de Charles, que está baseada na fenomenologia.

Continuando a contar sobre o embasamento de Peirce, a fenomenologia é uma quase-ciência que estuda como apreendemos as coisas que surgem na nossa mente, além disso, a fenomenologia fornece a base para três ciências normativas: Estética, ética e lógica.

Sendo assim, a lógica, também chamada de semiótica, possui três ramos: A gramática especulativa, a lógica crítica e metodêutica. Tendo como base isso, para esse estudo teremos foco na gramática especulativa, que consiste no estudo de todos os tipos de signos e formas de pensamento que os signos possibilitam. Com isso, a gramática especulativa trabalha com conceitos abstratos que sejam capazes de indicar as condições gerais que fazem com que certos processos, quando mostram comportamentos que se adequam nas mesmas, possam ser considerados signos.

Além disso, para Peirce, o signo tem uma natureza triádica, ou seja, ele pode ser analisado: Em si mesmo, nas suas virtudes internas, ou seja, no poder de significar; Na sua referência àquilo que ele determina, se refere ou representa; Nos tipos de efeitos que pode produzir nos seus receptores.

Portanto, com o embasamento teórico do Charles Sander Peirce, decidimos analisar o gesto que ficou característico do movimento Black Lives Matter, que é o ato de se ajoelhar e erguer o punho cerrado para o céu, e, além disso, escolhemos essa imagem por se tratar do principal esporte americano, que foi onde iniciou-se a iniciativa Black Lives Matter, com isso o nosso signo é a imagem, enquanto que o ícone é o gesto, que provoca um sentimento de indignação ao relembrar o que ocorreu com George Floyd, o índice é a referência a morte de George Floyd, no caso, o ato do policial de não deixa-lo respirar com o joelho, e, por fim, conforme discutimos neste trabalho, o símbolo é a luta contra o racismo.

Além de analisar o signo, é possível fazer uma análise do visível processo de ressignificação que o gesto de se ajoelhar teve no avanço dos anos. Entretanto, é preciso lembrar que nenhum desses significados foi perdido, ou seja, o gesto ainda pode ser usado como significado.

Com isso explicado, quando pensamos no gesto de se ajoelhar, muitas vezes a primeira coisa que vêm nas nossas cabeças é o ato de se ajoelhar para pedir uma pessoa em casamento, porém essa tradição só se iniciou porque lá nos tempos medievais, o significado de se ajoelhar era para mostrar lealdade e respeito.

Portanto, com o passar dos anos, o ato de se apoiar em um dos joelhos passou de demonstrar lealdade e respeito aos senhores, para indicar lealdade e respeito para a pessoa amada, além de se tornar o gesto universal do casamento. Ainda baseado em se ajoelhar, também possui o significado que uma pessoa pode estar em seu momento de adoração à divindade que a pessoa acredita, ou seja, em seu momento de fé.

Outro significado que se ajoelhar ganhou com o avanço do tempo foi o de servir como agradecimento, a pessoa se ajoelha e simplesmente agradece, também serve para demonstrar o sentimento de derrota, como visto muito no desporto, por exemplo. Além disso, outro significado que foi ganho pelo desporto é o ato de comemorar de joelhos, ou seja, por exemplo, um jogador faz um gol e comemora deslizando ajoelhado pelo gramado.

Ainda é possivel ter como definição, porém mais nos países orientais como o Japão, o ato de ajoelhar servir para a pessoa descansar ou, até mesmo, estar “sentada” numa mesa. Por fim, agora na atualidade, esse gesto, que já teve tantos significados, agora é demonstrado como um ato de luta contra o racismo vivido pelas pessoas negras no dia a dia.

Conclusão

Portanto, esse estudo analisou semioticamente o gesto principal do movimento Black Lives Matter com base no que o filosófo Charles Sander Peirce definia que era o signo. Além disso, foi possível notar o processo de ressignificação que o ato de se apoiar em um joelho passou durante o avanço dos anos.

Além disso, com toda a pesquisa executada para ter-se uma melhor investigação, conseguimos responder a pergunta “com um mundo mais conectado, haverá progresso na luta contra o racismo?”, e a resposta é sim. Entretanto, não foi uma evolução que conseguisse levar o racismo ao seu término, porém, nos dias atuais, combate-se mais o  racismo do que antigamente.

Tendo como base tudo isso, a resposta é sim pelo fato de que com um mundo mais próximo por conta da globalização, tornou-se mais difícil uma pessoa cometer um ato racista e isso não ser registrado e, com uma enorme pressão nas redes sociais para o cumprimento das leis, a pessoa acaba tendo mais chances de ser presa atualmente do que no passado.

Continuando, não é apenas por ser diferente do passado, é também o fato de que as pessoas negras que sofriam os abusos no passado, hoje já não aceitam mais esse tipo de atitude, tornando a luta contra o racismo muito melhor do que era na época em que apenas o que era visto podia ser mostrado nas delegacias e tribunais.

Por fim, esse estudo pôde responder a essa pergunta e ajudar a entender a importância que o movimento Black Lives Matter tem para a luta contra o racismo e como os desportos mais populares do mundo buscaram conscientizar as pessoas depois da morte de George Floyd e a ascensão do movimento.

Referencias

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